Para que preciso montar um Conselho na minha empresa?

Para que preciso montar um Conselho na minha empresa?

Não é incomum que, em conversas com empresários, quando sugiro que pensem na ideia de constituir um Conselho em suas empresas a reação seja: “para que”? Para que serve um Conselho? Até aqui as coisas estão caminhando tão bem!

Em geral, os empresários não percebem que vivem num estado de solidão. Se acham auto suficientes em relação a determinados desafios, análise de desempenho e desenvolvimento de seu portfólio de produtos e planejamento de médio – longo prazos.

Se bastam trocando ideias com alguns de seus gestores que, em geral, estão igualmente enclausurados nas quatro paredes da empresa.

Aos poucos o negócio vai perdendo seu dinamismo, mercado e competitividade. O empresário começa a perder o rumo e o negócio pode iniciar o processo de decadência.
Agora imaginemos o mesmo empresário, não importando se sócio de uma pequena, média ou grande empresa, tendo uma estrutura de governança implantada, com um Conselho funcionando. É muito provável que os conselheiros consigam imprimir uma dinâmica totalmente diferente ao negócio.

Podemos começar pela visão estratégica. O conselho certamente se preocupa com o futuro do negócio, avaliando os caminhos a serem empreendidos. Perguntas seriam feitas ao empresário em relação à pesquisa e desenvolvimento, novos produtos e táticas comerciais. A estrutura organizacional e administrativa da empresa seria questionada e avaliada. Os conselheiros provavelmente trariam ideias novas, em relação a produtos, mercado e fatos relevantes do universo empresarial. Colocariam sobre a mesa discussões em torno de temas tais como Compliance, ESG (Meio ambiente, Social e Governança) ou LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Trariam debates sobre responsabilidade social da empresa, questões sucessórias e expansão do negócio.
Nesse contexto, o empresário teria uma enorme quantidade de questões para pensar que, se bem discutidas e gradativamente implementadas em sua empresa, trariam uma dinâmica totalmente diferente ao seu negócio, comparado com um cenário do voo solo.

Importante é saber formar um bom Conselho. O ideal é convidar pessoas de opiniões independentes, com experiência e visão. É muito comum chamar amigos, parentes ou prestadores de serviços como conselheiros. Estes não agregam e podem levar a iniciativa de governança ao fracasso.

Um Conselho deve ser um grande fórum de debates onde o desempenho da empresa seria questionado regularmente e, principalmente, o debate sobre o futuro deveria ser uma constante. O empresário teria a chance única, através de seu conselho, de ser confrontado com a realidade que o cerca podendo desta forma conduzir de forma mais positiva o seu negócio.

Um bom Conselho questionador e diverso no perfil de seus componentes pode ser a resposta à pergunta feita inicialmente: Para que preciso de um conselho em minha empresa?

*Thomas Lanz é fundador da Thomas Lanz Consultores Associados, empresa especializada em governança corporativa, gestão de empresas médias e grandes no Brasil.

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